segunda-feira, 13 de abril de 2009

O que é que Covões tem?



A minha filha encontra-se em Vancouver (Canada) e, a partir daí, mantém activo um blog trilingue - http://larix-occidentalis.blogspot.com/
Este espaço contém textos interessantes e fotos muito belas.
Um dos seus textos fala sobre Covões e não resisto à tentação de o divulgar através deste meio.
Obrigado, Raquel.







No Portugal dos anos 80, caracterizado por uma miscelânea entre o ruralismo tradicional e a conquista da modernidade citadina, eu cresci, de forma intermitente, entre os dois meios, rural e urbano. Assim, passei os meus dias, ditos úteis, na cidade e os fins-de-semana, férias, feriados nacionais e religiosos na aldeia.
Numa aldeia como tantas outras mas ao mesmo tempo singular. Covões, a aldeia comum, tem uma igreja, um santo padroeiro, festas e romarias.
Tem desafios de malha, jogos de cartas e um clube de caçadores.
Tem ajuntamentos de conterrâneos em busca das últimas novidades.
Tem música! Tem teatro! Covões, a aldeia singular tem... algo de inexplicável. Algo que eu chamo a força de atracção de Covões sobre os covonenses, tal como a força gravitacional atrai os objectos sob a terra.Ora isto não é pura ficção é apenas meia ficção. Mesmo se tal força física não existe os covonenses apresentam uma tendência, estatisticamente não comprovada, de regressar à aldeia. Este efeito é notório entre os indivíduos que, por razões profissionais e/ou pessoais, se estabeleceram em terras de outrem. Estes indivíduos são facilmente detectáveis em períodos festivos como a quaresma, a festa de Santo António ou aos fins-de-semana. A sua presença na comunidade rural, mesmo que esporádica, é reforçada com a construção de habitações. Após este período de vai e vem, uma grande maioria destes covonenses instala-se definitivamente na aldeia ou expressa abertamente as suas intenções de regressar à terra. Ademais, este desejo de regressar aos Covões é independente da distância aos lugares onde estabeleceram residência. Ou seja, estar perto não é suficientemente próximo. Vários exemplos concretos, os quais não vou referir por respeito pela privacidade alheia, incluindo a do meu pai, corroboram com este efeito iô-iô. Mas a questão fundamental ainda está por esclarecer, o porquê desta atracção.Apesar de me incluir, de certa forma, no fenómeno iô-iô, sou incapaz de fornecer uma resposta ou respostas concretas para este efeito generalizado.
Por isso venho solicitar a participação de todos os covonenses num estudo sobre "O que é que os Covões tem?". Enviem-me as vossas respostas sob forma de comentário a esta mensagem ou via e-mail para occidentalis.larch@gmail.com.Desde já agradeço a vossa participação (se bem que tenho a certeza que isto vai passar como um cão por vinha vindimada).
Notas:Para os que desconhecem, Covões é uma povoação rural e sede de freguesia da região da Bairrada. Para uma descrição detalhada das gentes e costumes assim como das infraestruturas existentes podem-se consultar o sítio da freguesia criado por um covonense dalém mar http://www.covoes.com/introducao.html e o Blog da Freguesia de Covões.Este estudo é puramente arbitrário não apresentando quaisquer bases científicas, sociológicas, psicológicas, antropológicas, analógicas ou digitais.

Tradições


Passou mais um dia de Páscoa.

E, como sempre, cumpriu-se a tradição.

Para além do sentido religioso da Páscoa, da visita de Cristo Ressuscitado a nossas casas, existe uma outra dimensão importante na visita pascal, também denominada compasso.

É neste dia festivo que todos enfeitam a sua rua, que abrem as suas casas aos vizinhos e amigos.

É neste dia que revemos amigos e familiares tantas vezes distanciados pela correria do dia a dia.

Que se cumpra a nossa tradição por muitos e bons anos.