quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

11/12/2008
Nesta altura do ano, não sei bem porquê, lembro-me sempre de coisas esquecidas. Os dias são tão cheios de urgências e compromissos que normalmente estas coisas resvalam na carapaça e caem e desvanecem-se. Mas nesta altura não. Parece que ficam ali, mesmo à espera de serem relembradas. Será nostalgia, não sei. Lembro-me das pessoas do Seadouro e dos Covões, e são tantas, da minha infância. Tinham birras, às vezes maus feitios, falavam alto, tinham desavenças. Enfim, tal como agora. Mas havia qualquer coisa diferente, que é difícil explicar. Penso que era a alegria das coisas simples. Sim, era isso. E era sensação de que se pertencia a uma família grande, em que todos eram tios e tias, em que as alegrias de uns eram sentidas por todos como se fossem também suas. As portas das casas não eram fechadas à chave e quem aparecia, mesmo sem ser esperado, tinha sempre um prato e um copo à mesa, e, pasme-se, aceitava e sentava-se à mesa e partilhava a refeição. Tanto mudou e tanto passou. Mas ainda há pessoas e as necessidades ainda são as mesmas, e as pessoas ainda se preocupam umas com as outras. Se virmos bem, nem tudo passou, nem tudo mudou. Isto ainda acontece. É isso que me lembra o NATAL.
Desejo a todos um Muito Feliz Natal, em paz e harmonia, com a familia, a nossa Grande Família.
Júlio César Santos

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